Para que servem os estudos sociais da ciência na Amercia Latina? (Ana M. Ribeiro de Andrade, 2007)

11 décembre 2007 0 Par Ana Ribeiro de Andrade

Publié dans REDES , VOL. 13 , Nº 26 , Buenos Aires, décembre 2007 , p. 65 – 73

Cet article fait partie d’un dossier de la revue argentine Redes sur « L’utilité sociale des études sociales des sciences et technologies en Amérique latine ».

Não é trivial a discussão entre pares a respeito da utilidade dos estudos sociais da ciência e da tecnologia na América Latina, especialmente quando o objetivo do debate é estimular o intercâmbio de idéias, as atividades de cooperação científica e a formação de redes de investigadores. Antes de tudo, pode-se então generalizar que os estudos sociais da ciência servem especialmente para refletir. Por um lado e considerando a sinonímia do vocábulo
refletir na acepção de reflexionar para evitar dúvidas, os estudos sociais servem para examinar criticamente o desenvolvimento e o papel da ciência e da tecnologia no contexto das sociedades. No caso dos países da periferia da ciência, por exemplo, esses estudos servem para reflexionar sobre: os resultados das políticas ou investimentos do Estado em ciência e tecnologia; a relevância social das pesquisas e tecnologias desenvolvidas localmente; a inclusão social no mundo globalizado por meio da ciência e da tecnologia; os problemas educacionais que afligem nossas sociedades e que fazem com a interação dos cidadãos com a ciência seja tão fraca; e mesmo sobre os rumos do desenvolvimento da tecnociência na presente fase neoliberal do capitalismo.
Também seria o caso de pensarmos sobre os reflexos nos contextos periféricos do estreitamento da relação entre ciência e mercado nos países centrais, ou naqueles considerados exportadores de ciência e tecnologia. Por outro lado, a reflexão sobre a utilidade dos estudos sociais para o desenvolvimento do conhecimento nas sociedades latino-americanas implica, simultaneamente, na avaliação do próprio campo dos estudos da ciência, tais como: a conformação, as fronteiras, as características, o nível de institucionalização e o estágio de desenvolvimento. Assim, o aprofundamento dessa discussão irá refletir, na acepção de revelar e denotar, o que está sendo produzido no próprio campo.

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